Museu do Romance da Eterna
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A obra de Macedonio Fernández encarna a autonomia da ficção plena. A sua influência sobre o Jorge Luis Borges foi definitiva, materializada na obsessão pela obra dentro da própria obra e na concepção onírica da realidade. E assim começou a lenda de Macedonio Fernández, cuja genealogia ainda não decifrámos em Borges. Em Museu do Romance da Eterna o autor encerra a teia labiríntica da sua formulação estética mais enfática. Romance alheio ao conceito de realidade canonizado pela tradição literária, centra-se na questão da verosimilhança das experiências mentais confundidas no texto como um itinerário de digressões em torno de uma única personagem: o leitor.
Macedonio Fernández nasceu em Buenos Aires a 1 de junho de 1874. . Frequentou o Colégio Nacional e mais tarde estudou Direito e Ciências Sociais na Universidade de Buenos Aires, onde foi colega e amigo de Jorge Borges, pai de Jorge Luis.
Em 1892 publicou crónicas em El Progreso. Em 1897, doutorou-se em Direito. Nesse ano participa com vários amigos num projeto para a fundação de uma colónia socialista na selva do Paraguai.
Em 1901 casa-se com Elena de Obieta, com quem tem quatro filhos: Macedonio, Adolfo, Jorge e Elena.
Durante vinte e cinco anos, Macedonio exerceu a advocacia sem grande entusiasmo.
A sua mulher morreu em 1920, após uma cirurgia, e os quatro filhos ficaram ao cuidado dos avós e das tias. Macedónio abandona a profissão de advogado e vive austeramente em pensões nos bairros Once e Tribunales. Os únicos objectos que possuía eram uma frigideira, um aquecedor Primus, uma chaleira para beber mate, uma guitarra e uma fotografia de William James.
Em 1927, candidata-se à presidência da nação. Este foi o pretexto para uma campanha eleitoral surrealista, com a cumplicidade dos seus amigos. Foi «derrotado» por Hipólito Irigoyen.
Em 1947, foi viver com o seu filho Adolfo de Obieta, em frente ao Jardim Botânico.
Morreu a 10 de fevereiro de 1952, com 78 anos.