Macunaíma
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Macunaíma foi publicado em 1928 e é considerado a obra-prima de Mário de Andrade. Inspirado em lendas, crónicas, ditados e folclore, é também um marco da literatura brasileira, tido como romance fundador. O herói do romance é muitas vezes equiparado ao retrato do Brasil. O carácter glutão e antropofágico da cultura brasileira é uma das faces do pensamento modernista, e é por isso que Macunaíma é um herói sem nenhum carácter, porque todos os caracteres são seus. Primeiro é uma criança com a sexualização de um adulto; depois, é um adulto com «carinha enjoativa de piá»; é preguiçoso e mesquinho, mas desarma todos à sua volta com a sua alegria e sensibilidade; é um índio negro que se transforma em branco; é malévolo e egoísta, mas mostra a sua humanidade em vários episódios. Macunaíma é um retrato cómico do brasileiro, mas, e Mário de Andrade faz questão de sublinhar, não é um símbolo, é antes o sintoma da falta de carácter do Brasil.
Mário de Andrade nasceu em 1893, em São Paulo. Homem ecléctico, formou-se em Piano no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, em 1917, ano em que se estreou na poesia com o livro Há uma gota de sangue em cada poema. Em 1922, publica Pauliceia Desvairada e, nesse mesmo ano, organiza, com outros artistas e intelectuais, a Semana de Arte Moderna, evento que iniciaria o Modernismo brasileiro.
Da sua vasta produção literária destacamos, além das obras já referidas, os romances Amar, Verbo Intransitivo (1927) e Macunaíma (1928); na poesia, Losango Caqui (1926) e Clã do Jabuti (1927); e no ensaio, A Escrava que não é Isaura (1925) e Ensaio sobre Música Brasileira (1928).
Mário de Andrade morreu em São Paulo, a 25 de Fevereiro de 1945.
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